quarta-feira, 14 de junho de 2017

um vivente cego de privilégios

Poema de Rafaela Souza


um vivente cego de privilégios
vê, ouve, cheira, sente, saborea
dias que lhe tiram do chão.

Como um presente do cosmo
recebe estrelas, casulos e risofloras.

tantos ultimos vendavais de felicidade
vendados,
tantos sonhos acordados...

o vivente sabe da viagem,
usa seus sentidos pra ter
o máximo de energia pura
e perfumá-las em pinturas de versos

como quem vivencia outra infancia,
vive o regresso ao embrião.

Fica tão maravilhado com sua nova existência
sem morte
que nem teme mais.

Nenhum comentário :

Postar um comentário