Poema de Rafaela Souza
um vivente cego de privilégios
vê, ouve, cheira, sente, saborea
dias que lhe tiram do chão.
Como um presente do cosmo
recebe estrelas, casulos e risofloras.
tantos ultimos vendavais de felicidade
vendados,
tantos sonhos acordados...
o vivente sabe da viagem,
usa seus sentidos pra ter
o máximo de energia pura
e perfumá-las em pinturas de versos
como quem vivencia outra infancia,
vive o regresso ao embrião.
Fica tão maravilhado com sua nova existência
sem morte
que nem teme mais.
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