Poema de Emanuel Jorge Botelho
acabei, há pouco, de pensar.
não encontrei, em mim, nada que mereça ter um nome.
não encontrei, em mim, nada que mereça ter um nome.
ficar entre duas aspas, disse à minha voz,
não me salva do abismo.
não me salva do abismo.
não há nada que segure as palavras
da vergonha,
e a queda não tem amparo
quando se cai de punhos lassos.
da vergonha,
e a queda não tem amparo
quando se cai de punhos lassos.
todos os dias morre um homem que só queria
ter um pouco mais de tempo, digo,
e escrevo a minha culpa dentro das minhas mãos.
ter um pouco mais de tempo, digo,
e escrevo a minha culpa dentro das minhas mãos.
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